Quem sou eu

Minha foto
Sou formado em Biomedicina e Medicina Veterinária, especialista em Reprodução Humana. Trabalho como embriologista desde 2004, tendo atuado nos maiores Centros de Reprodução Humana da América Latina, com experiência de mais de 5000 casos. Recentemente tive mais um grande motivo para amar e me dedicar ainda mais a minha profissão com o nascimento do meu filho. É um sentimento que desejo para todas as pessoas no mundo e o que eu puder fazer para ajudar aqueles que querem engravidar eu farei. Sendo assim o objetivo desse Blog é de ajudar e informar casais que tem dificuldade de engravidar além de compartilhar novidades e conhecimento com pessoas das áreas da saúde.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Infertilidade Masculina: Alterações Prostáticas

          A próstata é uma glândula do tamanho de uma castanha de natal que fica localizada logo abaixo da bexiga em volta da uretra e é responsável pela produção de um terço do volume de sêmen ejaculado.



        Alterações na próstata (infecção ou inflamação) estão relacionadas a alterações seminais também, resultando principalmente em uma diminuição no número de espermatozóides vivos e com boa motilidade. Sendo um importante fator de infertilidade masculina.    

Essas alterações podem ser detectadas através do espermograma e da cultura seminal. No Espermograma o volume aumenta numa infecção aguda e diminui numa infecção crônica. A viscosidade está aumentada e o liquido fica mais “grosso”. Além disso, em casos de infecção pode haver cheiro forte, secreção de cor amarelada (pus), avermelhada (sangue), marrom (sangue digerido) ou verde (infecção por uma bactéria chamada Gardnerella).

            O tratamento é feito a base de Antibióticos e anti-inflamatórios.

      Há também outras duas principais doenças da próstata que são: Hiperplasia de Próstata Benigna (HPB) e o Câncer de Próstata (CP).

Em ambas as doenças temos como principal característica o aumento do tamanho da próstata e por conseqüência alguns sintomas são parecidos como: dor e atraso para iniciar a micção, esforço para finalizar a micção, prolongamento do tempo de micção, jato miccional entrecortado dividindo a micção em 2 ou mais tempos, dificuldade para urinar com a bexiga cheia.


O exame mais recomendado para o diagnóstico é ainda o toque retal associado a exames laboratoriais e de imagem.


O tratamento é baseado no controle do crescimento da próstata, uso de medicações ou ainda retirada da próstata, dependendo de cada caso.

Bom carnaval para todos!!! Aproveitem muito mas com responsabilidade!!

Abraços Fiquem com Deus

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Infertilidade Masculina: Varicocele

É a causa mais comum de infertilidade masculina, acometendo cerca de 20% da população masculina. O nome varicocele vem do grego varicos = varizes e cele = bolsa. É uma doença que acomete 1 em cada 5 homens, e se caracteriza pela presença de varizes na bolsa escrotal. 

Caracterizada pela dilatação e tortuosidade das veias do plexo pampiniforme do testículo. A congestão sanguínea local leva a um acúmulo de substâncias tóxicas e aumento da temperatura local levando alterações oxigenação e nutrição das células responsáveis pela transformação em espermatozoides.


Pode ser uni ou bilateral dividindo-se em 3 grupos, de acordo com o seu grau de desenvolvimento. No grau I a presença da varicocele é detectada somente por exames como ultrassonografia com Doppler. No grau II, ela é detectada no exame médico local (palpação) com manobra de Valsalva (forçar a expiração aumentando a pressão abdominal). No grau III ela é visível a olho nu. Existe uma predominância nítida da ocorrência no lado esquerdo devido à implantação da veia gonadal esquerda.

A presença de varicocele subclínica ainda é bastante controversa como causa de infertilidade masculina.

Seu diagnóstico e facilmente confirmado por ultrassonografia com doppler que demonstra nitidamente as veias dilatadas (veja figura abaixo) associado a refluxo venoso.



A varicocele é responsável por alterações dos parâmetros seminais, devido a um processo inflamatório que ocorre na região, há um aumento de temperatura e de radicais livres que causam alteração da motilidade dos espermatozóides e até morte de alguns.


O tratamento é relativamente simples, mas na maioria das vezes há necessidade de correção cirúrgica, que oferece resultados bastante satisfatórios.

Já aprendemos mais uma das causas né?!?! amanhã falarei sobre uma glândula muito importante no homem e que gera um certo preconceito na população masculina... a Próstata!

Um abraço, fiquem com Deus!!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Infertilidade Masculina: Alterações Seminais

        Começaremos a partir de hoje a falar das principais causas de infertilidade masculina e depois darei início a explicação das técnicas que temos atualmente e as indicações de cada técnica. 

        As alterações seminais são detectadas através do exame chamado de Espermograma. Nesse exame verificamos o volume da ejaculação e suas características físico-químicas (cor, viscosidade, pH, aspecto). Microscopicamente analisa-se a quantidade de espermatozóides presentes na amostra assim como a qualidade em relação a movimentação (motilidade), morfologia e vitalidade dos mesmos.

As alterações encontradas neste exame são fundamentais para direcionar o tipo de tratamento para um casal que não consegue ter filhos. Existe mais de sessenta causas para relacionadas à alteração seminal, a mais comum é a Varicocele (veias dilatadas na bolsa escrotal) que promove alterações que danificam a produção de espermatozóides.

            De modo geral, as alterações se caracterizam pela ausência total de espermatozóides (azoospermia) no ejaculado ou uma baixa quantidade (oligospermia), ainda alterações na morfologia dos espermatozóides (teratospermia) e também alterações na motilidade (astenospermia).

            Há casos em que o paciente apresenta boa quantidade de espermatozóides, porém com baixa motilidade, dessa forma os espermatozóides não conseguem chegar até o óvulo naturalmente.
            



                        Os parâmetros normais de um Espermograma são:

            - Volume:                  > 1,5 ml
            - Concentração:       > 15 milhões de espermatozóides por mililitro de
ejaculado.

- Motilidade:             > 32% de graus A+B
                                   > 40% de graus A+B+C
- Vitalidade :             > 58% de vivos

- Morfologia:             > 4% por Kruger


Abraços. Fiquem com Deus.

Infertilidade Feminina: Alterações Imunológicas

O sistema imune é o principal mecanismo de defesa do nosso corpo contra agentes externos, ou seja, que não fazem parte do organismo.

Sabemos que o sistema imune está sempre “de prontidão” para atacar e destruir tudo o que não faz parte do nosso organismo, ou seja, que tem características estranhas a ele. Assim, é natural a pergunta: como acontece durante a gestação quando um novo ser, que tem metade de sua carga genética compatível com o organismo do pai, começa a se desenvolver dentro do útero materno?


Sabe-se que o útero funciona como uma barreira para o sistema imune não atacar o feto. No entanto, acredita-se que para uma gestação ser bem sucedida, deve haver pouca compatibilidade genética entre a mãe e o feto.
Acredita-se que o sistema imune materno possua mecanismos para reconhecimento de um feto com carga genética diferente e, com isso, consiga protegê-lo contra a destruição. Haveria, assim, a produção dos chamados anticorpos bloqueadores que protegeriam o embrião recém-implantado no útero. Este tipo de resposta recebe o nome de aloimunidade.
Quando não existe grande variabilidade genética, por outro lado, entre o homem e a mulher, mesmo que eles não sejam parentes, tais anticorpos não são produzidos, deixando o embrião susceptível ao ataque do sistema imune. Este seria o mecanismo para evitar que fetos geneticamente semelhantes fossem gerados.
Geralmente quando existe essa semelhança genética e os anticorpos bloqueadores não são produzidos o embrião fica suscetível ao ataque do sistema imunológico materno. Estes são casos de abortos de repetição ou falhas de implantação do embrião após tratamento de Fertilização in vitro.

 É para tais casos que costumamos indicar um tratamento imunológico baseado na utilização de vacinas produzidas com linfócitos presentes no sangue do pai, que são injetados no organismo da mãe com o intuito de estimular, por uma via diferente, a produção de anticorpos contra o HLA paterno, que poderão, assim, ter o efeito protetor numa gravidez subseqüente. Esta é a teoria que justifica o tratamento de imunização com linfócitos paternos (ILP) para casos de abortamentos de repetição de causa aloimune.



A avaliação da presença de tais anticorpos é feita com um exame denominado Cross-Match (realizado por Citometria de Fluxo Quantitativa), que pesquisa a existência de anticorpos contra linfócitos paternos no sangue da mãe. Os resultados dos exames de Cross-Match são usados para indicar o tratamento e para monitorizar a resposta materna à aplicação das vacinas (ILP). 

Seu sonho é possível!!! Trabalhamos para isso!!! Acredite, tenha fé e persista!!!


Amanhã iniciarei a série sobre Infertilidade Masculina

Grande abraço, fiquem com Deus!!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Infertilidade Feminina: Endometriose

      Mais uma doença da mulher moderna! A postergação da gravidez, faz com que se aumente o número de vezes que a mulher menstrua, o que faz com que a endometriose tenha uma incidência muito maior atualmente do que há 70 anos atrás quando as mulheres engravidavam mais cedo e por mais vezes.

      A endometriose é uma doença feminina na qual o tecido que reveste o útero, chamado de endométrio, aparece em outros locais do corpo. Nestes locais ele se implanta e passa a funcionar como se estivesse dentro do útero, ou seja, é um tecido responsivo a estímulos hormonais do ciclo menstrual.  Quando ocorre a menstruação ele também “menstrua” causando a formação de uma ferida interna e um processo inflamatório que pode levar a formação de aderências e causar dor.
 

      Dependendo do local a endometriose pode causar dor durante a relação sexual chamada de Dispareunia, pois o pênis “encosta” na ferida. Do mesmo modo uma lesão no corpo do útero pode causar dor durante as contrações uterinas levando a uma menstruação dolorosa chamada de Dismenorréia.

     Causas
     A endometriose é uma doença complexa de causa multifatorial e até agora sem uma causa específica que pudesse explicá-la. Sendo assim citarei as principais teorias que explicam a doença:

- Origem Embrionária:  ainda na fase embrionária, algumas células diferenciadas para dar origem ao endométrio (epitélio que reveste o útero) se desprenderam e se deslocaram para outros lugares. Isso explicaria focos de endometriose encontrados em diversas regiões do corpo como: pulmão, ouvido, cérebro e etc.

- Menstruação Retrógrada: é uma teoria bastante aceita e a principal para explicar a endometriose na região pélvica. Sugere a presença de fluxo menstrual retrógrado através das tubas uterinas e o implante e adesão destes fragmentos de endométrio no peritônio (tecido de revestimento externo dos órgãos).  



- Teoria Hormonal: explica somente a manutenção e disseminação da doença, pelo fato dos implantes de endometriose serem responsivos aos estrógenos e o uso de medicação anti-estrogênica ajudar a controlar a doença.

- Imunológica: falhas no sistema imunológico e até mesmo o desenvolvimento de auto-imunidade foram sugeridas para explicar a endometriose. Muitos estudos têm relacionado a doença às alterações específicas da imunidade, que diminuiriam as chances do organismo se defender de células de endométrio que se implantariam nos tecidos e desenvolveriam a endometriose.

- Genética: é cada vez maior a busca por uma causa genética que explique a endometriose. Alguns estudos correlacionaram o aumento do risco de manifestação entre 5% e 8% de pacientes com parentes de primeiro grau diagnosticadas com a doença. Em 2005, um estudo australiano analisou 1176 casos de irmãs gêmeas com endometriose e observou uma alteração genética no cromossomo 7, justificando que de fato há maior propensão genética para a doença. 

(Fonte Consultada: www.endometriosesp.com.br, com agradecimento a Dra. Rosa Neme)
          Dor na relação
     A mulher se queixa de dor na relação relacionada principalmente quando a posição sexual propicia uma penetração mais profunda. Não se deve confundir este tipo de dor com as causadas por patologias vaginais. Nas patologias vaginais ocorrem outros sintomas como vermelhidão, corrimento de cor branca, amarelada, avermelhada ou esverdeada, e coceira ou ardor no local.

     Dor menstrual
     A dor na menstruação pode ser muito intensa levando a paciente ao pronto socorro. De um modo geral as dores cessam com uso de medicações específicas para dor, mas algumas pacientes necessitam de internação. Ela ocorre quando a endometriose está localizada na parte de fora do útero e durante a contração para expulsão da menstruação a “ferida” é ativada. Um dos sintomas bem característicos da endometriose é a presença de cólica forte. 




     Tratamento clínico
     O tratamento clínico é paliativo e temporário uma vez que não há regressão completa da doença. Utiliza-se em conjunto com a cirurgia de Videolaparoscopia e se a paciente não quiser engravidar se mantém até que ela  chegue à menopausa. De um modo geral segue se a máxima de que a gravidez curaria a endometriose. Isso não é verdade, pois uma revisão algum tempo depois do parto mostra que a endometriose volta a aparecer. Os tratamentos clínicos usam medicações que simulam uma gravidez com ausência de menstruação por nove meses.

     Tratamento cirúrgico
     O tratamento cirúrgico faz uma “limpeza” dos focos, porém também não resolve o problema em definitivo. A técnica cirúrgica mais usada atualmente é a cirurgia minimamente invasiva pela técnica Videolaparoscopia, onde se opera com auxilio de uma câmera interna. Em muitos casos severos a "limpeza" dos focos de endometriose não é suficiente para engravidar e a paciente tem que se submeter a um tratamento de Reprodução Assistida.


    Gravidez
     A gravidez é também uma das formas de tratamento para a endometriose, mas a doença dificulta bastante em conseguí-la. Para quem quer engravidar recomenda-se o auxílio com tratamento por Fertilização in vitro.

Amanhã falarei sobre o último tema da série Infertilidade Feminina sobre alterações hormonais que afetam a reprodução.

Boa semana!!! 

Um abraço, Fiquem com Deus!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Infertilidade Feminina: Menopausa Precoce

      
       Mais uma vilã da fertilidade feminina é a Menopausa, que nos mostra mais uma vez como as vezes a cronologia do corpo não é a mesma da vida moderna.



     Para entendermos melhor o processo, devemos lembrar que a primeira menstruação é chamada de menarca, e o período em que a mulher tem atividade ovulatória (fértil) é chamado de menacme. A última menstruação da vida da mulher é chamada de menopausa, e os períodos pré e pós-menopausa, são chamados de climatério. É comum haver confusão e se chamar o período do climatério de menopausa.

     No período da Peri - menopausa ocorre uma diminuição na produção dos óvulos pelos ovários, e o corpo reage enviando mais hormônios para tentar "forçar" o ovário a continuar a produzir óvulos. Nesse período, a mulher tem uma parada na ovulação e na menstruação, e ocorre uma diminuição nos hormônios femininos (estrógeno e progesterona) e aumento dos hormônios responsáveis pela ovulação (LH e FSH). Neste período tanto a ovulação como a menstruação estão presentes, porém de um modo mais escasso. Entretanto, nesse período, a paciente pode engravidar se não houver outros fatores limitantes, para a obtenção da gravidez.

      A maioria das pacientes não apresenta alterações nesse período de transição entre a fase fértil e o climatério, porém algumas pacientes apresentam sintomas como: irritação, dor de cabeça, ondas de calor, distúrbios psicológicos, perda de cálcio dos ossos (Osteoporose), e etc.



       O tratamento do climatério deve ser indicado quando a paciente apresenta sintomas mais intensos como a Osteoporose, ou quando os mesmos prejudicam o seu desempenho nas atividades do dia a dia.

    O tratamento em si é feito através da reposição dos hormônios produzidos durante o período fértil (Estrógeno e Progesterona). Podem ser administrados via oral, vaginal ou através da pele (Transdérmica). Devem ser sempre dados em conjunto para que ocorra uma simulação do ciclo menstrual o que restaura as condições de funcionamento do útero e mantém um nível hormonal sangüíneo normal.

      Mesmo ocorrendo menstruação, a paciente não ovula; uma vez que o ovário não responde mais aos hormônios. Essa paciente não é fértil. Após a menopausa não existe mais nem a ovulação, nem a menstruação, verificou-se que o útero quando estimulado com os hormônios volta a ter a sua função natural servindo tanto para ter uma menstruação como para sustentar uma gravidez.

       Algumas mulheres podem apresentar esses sintomas precocemente - antes dos 40 anos - é quando diagnosticamos a MENOPAUSA PRECOCE. Tem mulheres que podem apresentar isso até mesmo com seus 20 e poucos anos, por esse motivo não conseguem engravidar naturalmente e necessitam de auxílio de técnicas de reprodução assistida. Nesses casos fazemos uma avaliação da reserva ovariana, através da dosagem do hormônio Anti-mulleriano (AMH), que pode nos predizer se com a estimulação ovariana controlada será possível obter óvulos. Por vezes, tentamos a estimulação ovariana para fazer com que essas pacientes produzam óvulos mas tem casos que o ovário não responde de jeito nenhum. Nesses casos recomendamos o uso de óvulos doados.

    Baseado nesse fato, e com auxílio das técnicas de Fertilização In Vitro, foi possível conseguir obter gravidez em pacientes menopausadas. Assim, essas pacientes recebem um tratamento de preparo do útero para poder receber um embrião formado de um óvulo de uma doadora com o sêmen do seu marido conseguindo obter a gravidez. O ciclo da doadora é sincronizado com o ciclo da receptora. A doadora passa pelo processo de indução da ovulação e a receptora recebe medicações para "preparar” o útero para receber o embrião e dar início à gravidez.


    Segundo a Legislação Brasileira, deve haver o sigilo quanto à identidade da doadora e vice-versa. Portanto, parentes não podem ser doadoras de óvulos. De acordo com alguns estudos, a paciente com idade mais avançada a conseguir uma gravidez através da Fertilização In Vitro é uma indiana com 70 anos e no Brasil, com 61 anos. 

Teremos mais um tema da série de Infertilidade Feminina depois falarei sobre Infertilidade Masculina.

Grande Abraço, fiquem com Deus