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Sou formado em Biomedicina e Medicina Veterinária, especialista em Reprodução Humana. Trabalho como embriologista desde 2004, tendo atuado nos maiores Centros de Reprodução Humana da América Latina, com experiência de mais de 5000 casos. Recentemente tive mais um grande motivo para amar e me dedicar ainda mais a minha profissão com o nascimento do meu filho. É um sentimento que desejo para todas as pessoas no mundo e o que eu puder fazer para ajudar aqueles que querem engravidar eu farei. Sendo assim o objetivo desse Blog é de ajudar e informar casais que tem dificuldade de engravidar além de compartilhar novidades e conhecimento com pessoas das áreas da saúde.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Doação de Óvulos: Ato e Oportunidade Sublimes

Olá pessoal, tudo bem?

Por conta da correria do dia-a-dia, não tenho conseguido escrever tanto quanto eu gostaria, mas hoje gostaria de conversar com vocês sobre a doação de óvulos ou ovodoação.

A ovodoação ainda é proibida em países da Europa como Áustria, Alemanha, Croácia, Suíça e Noruega. Recentemente foi aprovada na Itália. Nos EUA, o comércio de óvulos é legalizado, por entenderem que cada indivíduo é dono de si mesmo, inclusive o próprio DNA. No Brasil, apesar da proibição do comércio, a prática da doação é aprovada e regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), disposta na Resolução CFM nº 2.013/13 (acesse a íntegra em PDF).

Em resumo, ao que consta na resolução do CFM sobre a doação de gametas:
1 - A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial.
2 - Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa.
3 - A idade limite para a doação de gametas é de 35 anos para a mulher e 50 anos para o homem.
4 - Obrigatoriamente será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e embriões, bem como dos receptores. Em situações especiais, as informações sobre doadores, por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente para médicos, resguardando-se a identidade civil do doador.
5 - É permitida a doação voluntária de gametas, bem como a situação identificada como doação compartilhada de oócitos em RA, onde doadora e receptora, participando como portadoras de problemas de reprodução, compartilham tanto do material biológico quanto dos custos financeiros que envolvem o procedimento de RA. A doadora tem preferência sobre o material biológico que será produzido. 


A nova resolução também deixa mais claro quanto ao número de óvulos e embriões a serem transferidos no caso de doação: estes devem ser respeitada a idade da doadora e não da receptora. Essa decisão se dá porque a qualidade dos óvulos doados são maiores: “a paciente acima de 40 anos tem probabilidade de engravidar em torno 10%, já as pacientes menores de 35 tem chances acima de 40%. Essa limitação reduz as chances de gestação múltipla, que seria mais um fator de risco para mulheres mais velhas. É preciso ficar atento à maturidade desses óvulos e não de sua receptora.

- Quem pode doar?
- Qualquer mulher com até 35 anos, desde que seja feita de forma voluntária.
- Mulheres que desejam engravidar com até 35 anos, que precisam de auxílio pela Reprodução Assistida e não possuem condições financeiras para custear o tratamento. Para esses casos, recomendamos a doação compartilhada.

- Como funciona a Doação Compartilhada?
De maneira sigilosa, intermediada pela clínica de Reprodução Assistida, O tratamento de FIV completo da doadora é custeado ou podemos dizer, "doado", pela mulher que precisa receber os óvulos (chamamos de receptora). No dia da retirada dos óvulos, verificamos a quantidade que foi retirada e dividimos igualmente entre as partes e são injetados os óvulos com os espermatozóides dos respectivos maridos. 

- Quem se beneficiaria com essa doação?
- Milhares de mulheres que não conseguem engravidar e não possuem condições financeiras para o tratamento e que esperam anos na fila do serviço público. Poderiam ser as doadoras.

- Outras milhares de mulheres inférteis que não conseguem gerar um filho a partir das próprias células por razões como menopausa precoce, tratamentos oncológicos realizados sem que antes houvesse a preservação da fertilidade, ausência dos ovários, e a famigerada e não menos decisiva passagem do tempo - que na biologia reprodutiva da mulher pode ter um peso esmagador. 

Atualmente, sabemos que cerca de 85% dos óvulos, de uma mulher com mais 40 anos, possuem alterações cromossômicas e esse número aumenta de acordo com o aumento da idade.

- Como faço para doar ou receber óvulos?
Procure uma clínica de Reprodução Assistida e se informe sobre o programa de doação de óvulos. 


Existe fila em diversas clínicas de Reprodução Assistida, principalmente de mulheres precisando receber óvulos e ás vezes não encontram doadoras compatíveis com suas características.

Doar óvulos é doar uma nova oportunidade para a vida dessas mulheres que buscam a gestação!

Um grande abraço, fiquem com Deus!










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