Quem sou eu

Minha foto
Sou formado em Biomedicina e Medicina Veterinária, especialista em Reprodução Humana. Trabalho como embriologista desde 2004, tendo atuado nos maiores Centros de Reprodução Humana da América Latina, com experiência de mais de 5000 casos. Recentemente tive mais um grande motivo para amar e me dedicar ainda mais a minha profissão com o nascimento do meu filho. É um sentimento que desejo para todas as pessoas no mundo e o que eu puder fazer para ajudar aqueles que querem engravidar eu farei. Sendo assim o objetivo desse Blog é de ajudar e informar casais que tem dificuldade de engravidar além de compartilhar novidades e conhecimento com pessoas das áreas da saúde.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Fique Atenta aos Sintomas de 5 tipos de câncer ginecológico

Fique atenta aos sintomas de 5 tipos de câncer ginecológico


Previna câncer de colo de útero, ovário, vagina, vulva e endométrio

Os tipos de câncer que acometem os órgãos sexuais das mulheres são, infelizmente, cada vez mais frequentes. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), eles já são responsáveis por 19% dos diagnósticos de câncer no mundo a cada ano. Apesar da aumentada incidência, poucos conhecem – e previnem – todos os tumores ginecológicos. Ao todo eles são cinco: câncer de colo de útero, ovário, vagina, vulva e endométrio. A seguir explicamos como cada um deles aparece e o que é possível fazer para preveni-lo ou detectá-lo precocemente.

cancer-ginecologico-2Câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), essa já é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. São estimados 15.590 novos casos da doença para 2014.

Fique atenta: ‘Em 99% dos casos, a doença está relacionada ao vírus HPV, vírus sexualmente transmissível. Por isso, a maneira que temos para prevenir e diminuir o número de casos é reduzir consideravelmente o número de parceiros sexuais, usar sempre o preservativo e fazer os exames ginecológicos periodicamente’, explica o oncologista Alexandre Fonseca, da Oncomed BH. É importante que a mulher comece a fazer esses exames a partir da primeira menstruação. ‘O uso da vacina é um método eficaz para as meninas que ainda não tiveram relações sexuais, pois elas têm maior possibilidade de desenvolver anticorpos de proteção ao HPV’.

Câncer de ovário
O câncer de ovário, por sua vez, é pouco frequente e mais difícil de ser diagnosticado. A maioria dos tumores malignos do ovário só se manifesta em estágio avançado (75% dos casos). Na fase inicial, não causa sintomas específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce. À medida que o tumor cresce, pode comprimir outros órgãos e estruturas e produzir sintomas, como aumento do volume abdominal, constipação intestinal ou diarreia, dores difusas, massa abdominal palpável.

Fique atenta: ‘O exame ginecológico de rotina associado à ultrassonografia pode mostrar achados suspeitos, motivando a investigação com novos exames complementares, como a tomografia e o marcador tumoral CA125. A partir destes resultados, é indicada uma cirurgia para diagnosticar e identificar o estágio da doença’, explica Alexandre.

Câncer de endométrio
O câncer de endométrio é o tumor de corpo uterino mais frequente. Como os outros tipos, a falta de exames preventivos aumenta significativamente a porcentagem de ocorrência e a possível mortalidade por esse tipo de câncer.

Fique atenta: ‘O principal sintoma desse tipo de câncer é o sangramento uterino anormal, sobretudo após a menopausa. Para comprovar o diagnóstico, deve ser realizada uma biópsia do endométrio, especialmente se ele estiver alterado. Após a menopausa, é importante investigar qualquer sangramento uterino, mesmo que a suspeita do câncer seja descartada’, destaca o oncologista.

Câncer de vagina
O câncer de vagina é raro e representa aproximadamente 1% dos tumores ginecológicos. Os tipos que ocorrem são tumores escamosos, adenocarcinoma, melanoma e sarcoma.

Fique atenta: Tumores secundários ou metástases de outros tumores – de colo de útero, de endométrio, de ovário e de intestino grosso – são encontrados mais comumente no local do que os tumores primários de vagina. ‘O tratamento varia de acordo com cada paciente. Pode ser cirúrgico ou radioterápico’, diz o médico.

Câncer de vulva
O câncer de vulva (órgão genital externo da mulher, a entrada que abriga o canal da urina e da vagina) é mais frequente nas mulheres após a menopausa, mas esporadicamente, pode acontecer em mulheres mais jovens.

Fique atenta: esse tipo de câncer surge como uma mancha ou ferida que não cicatriza e vai aumentando. “Toda ferida que não cicatriza depois de um mês, e continua aumentando, deve ser investigada por um profissional médico”, finaliza Dr. Alexandre.

Pulblicado por: www.genesisgenetics.com.br / Fonte: BolsadeMulher.com

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Zyka Virus o que voce precisa saber antes de engravidar!

Olá Pessoal, tudo bem??

Muitas pessoas me perguntam sobre o Zika Virus, achei essa reportagem muito boa no site da BBC (http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151127_zika_entenda_mdb) e resolvi compartilhar com voces no intuito de propagar as finormações e lá no final deixo minha opinião a respeito.

No último final de semana, o governo brasileiro confirmou a relação entre o vírus zika e a microcefalia, uma infecção que provoca má-formação do cérebro de bebês.
A região Nordeste é a região mais afetada pelo surto de microcefalia - no Brasil todo já são mais de 1.248 casos notificados em 311 municípios em 14 Estados. As notícias sobre o zika e os casos de microcefalia pegaram o país de surpresa e suscitaram várias dúvidas. Veja abaixo as respostas a algumas dessas questões:

Qual a relação entre o zika e a microcefalia?

A partir de exames realizados em uma bebê nascida no Ceará, e que acabou morrendo com microcefalia e outras más-formações congênitas, identificou-se a presença do vírus.
A confirmação foi possível a partir da confirmação do Instituto Evandro Chagas da identificação da presença do vírus em amostras de sangue e tecidos do recém-nascido que veio a óbito no Ceará.
A confirmação da relação entre o vírus e a microcefalia é inédita na pesquisa científica mundial.
A microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Normalmente ela é causada por fatores como uso de drogas e radiação. Segundo o governo, na epidemia atual, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.

O que ainda não sabemos sobre a ligação entre o zika e a má-formação fetal?

O Ministério da Saúde deixou claro, no entanto, que ainda há muitas questões a serem resolvidas. Uma das questões é como ocorre exatamente a atuação do zika no organismo humano e a infecção do feto.
Também não se sabe ao certo qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial do governo, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

O que é o zika?

É um arbovírus (do gênero flavivírus), ou seja, costuma ser transmitido por um artrópode, que pode ser um carrapato, mas normalmente é um tipo de mosquito.

No caso do zika, ele é transmitido por um mosquito do gênero Aedes, como o Aedes aegypti, que também causa a dengue.
Além disso, ele também está relacionado com a febre amarela, febre do Nilo e a encefalite japonesa.

Qual sua origem?

O vírus foi identificado pela primeira vez em 1947 em Uganda, na floresta de Zika.
Ele foi descoberto em um macaco rhesus durante um estudo sobre a transmissão da febre amarela no local.

Exames confirmaram a infecção em seres humanos em Uganda e Tanzânia em 1952, mas somente em 1968 foi possível isolar o vírus, com amostras coletadas em nigerianos.
Diversas análises genéticas demonstraram que existem duas grandes linhagens do vírus: a africana e a asiática.

Quantas pessoas já morreram no Brasil vítimas do zika?

Além da bebê cearense, outros dois óbitos relacionados ao vírus foram confirmados pelo governo.
O primeiro caso foi é o de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, morador de São Luís, do Maranhão. Exames específicos mostraram a presença do genoma do zika no sangue e em órgãos como o cérebro, fígado, baço, rim, pulmão e coração.
O segundo caso é o de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que acabou morrendo no final de outubro. Com suspeita inicial de dengue, ela apresentou dor de cabeça, náuseas e manchas vermelhas na pele e mucosas. Testes deram positivo para o zika.

Houve surtos anteriores de zika?

Sim, mas não nesse grau. Em 2007, por exemplo, foram registrados casos de infecção do vírus na ilha de Yap, que integra a Micronésia, no Oceano Pacífico.
Foi a primeira vez que se detectou o vírus fora de sua área geográfica original, ou seja, África e Ásia.
No final de 2013, houve um surto do zika na Polinésia Francesa, também no Pacífico. Mais de 10 mil casos foram diagnosticados.

O que o governo está fazendo para lidar com a epidemia de zika e microcefalia?

Desse total, cerca de 70 evoluíram para um estado grave. Esses pacientes desenvolveram complicações neurológicas, como meningoencefalite, e doenças autoimunes, como leucopenia (redução do nível de leucócitos no sangue).
No dia 26 de novembro, um relatório divulgado por autoridades locais mostrou que pelo menos 17 casos de má-formação do sistema nervoso central foram registrados entre 2014 e este ano, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês).
Nas Américas, o vírus foi detectado pela primeira fez em fevereiro de 2014 por autoridades chilenas, que confirmaram o primeiro caso na Ilha de Páscoa. A transmissão se deu de maneira autóctone (ocorrida dentro do território nacional e não em pessoas que viajaram para o exterior).
Em maio de 2015, o Brasil confirmou seu primeiro caso desse tipo de transmissão, em um paciente da região nordeste.
A Colômbia também reportou seu primeiro caso de contágio do vírus, no estado de Bolívar. Até outubro, eram nove casos nessa região.
Também foram registrados casos nas Ilhas Cook e Nova Caledônia, novamente no Pacífico.

Qual o tempo de incubação do vírus?

O tempo de incubação tende a oscilar entre 3 e 12 dias. Após esse período surgem os primeiros sintomas. No entanto, a infecção também pode ocorrer sem o surgimento de sintomas (leia mais abaixo).
Segundo um estudo publicado na revista médica The New England, uma em cada quatro pessoas desenvolve os sintomas.
A maioria dos pacientes se recupera, sendo que a taxa de hospitalização costuma ser baixa.

E os sintomas?

O vírus provoca sintomas parecidos com os da dengue, contudo mais brandos: febre alta, dor de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas, dores musculares e nas articulações. Também pode causar inflamações nos pés e nas mãos, conjuntivite e edemas nos membros inferiores. Os sintomas costumam durar entre 4 e 7 dias.
Há outros sintomas menos frequentes, como vômitos, diarreia, dor abdominal e falta de apetite Análises recentes no Brasil indicam que o zika pode contribuir para agravamento de quadros clínicos e levar à morte.
O primeiro caso foi confirmado pelo instituto Evandro Chagas, de Belém (PA). Um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides morreu com suspeita de dengue. Exame de sangue e fragmentos de vísceras apresentou resultado negativo para dengue, mas detectou o vírus zika.

Qual o tratamento para o zika?

Não há uma vacina nem um tratamento específico para o zika virus, apenas medidas para aliviar os sintomas, como descansar e tomar remédios como paracetamol para controlar a febre. O uso de aspirina não é recomendado por causa do risco de sangramento.
Também se aconselha beber muito líquido para amenizar os sintomas.

Há prevenção?

Como a transmissão ocorre pela picada do mosquito, recomenda-se o uso de mosquiteiros com inseticidas, além da instalação de telas.
Também deve se utilizar repelentes com um composto chamado icaridina e roupas que cubram braços e pernas, para reduzir as chances de se levar uma picada.

O que o governo está fazendo para lidar com a epidemia de zika e microcefalia?


Até o momento, o Ministério da Saúde fez um apelo para uma mobilização nacional no combate ao mosquito Aedes aegypti.O governo lançou uma campanha para alertar para o fato de que o mosquito mata.
Nessa segunda-feira, o ministério informou que "está em contato com as secretarias estaduais e municipais para articular uma resposta conjunta e, em especial, mobilizar ações contra o mosquito Aedes aegypti. Comitês de especialistas apoiarão o Ministério da Saúde nas análises epidemiológicas e laboratoriais, bem como no acompanhamento dos casos."
No dia 13 de novembro, um alto funcionário do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis, recomendou que as mulheres não engravidassem.

"Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado", disse.
Atualmente, Ministério da Saúde abaixou o tom e recomenda cautela a mulheres que pretendem engravidar.

Também recomenda que grávidas usem roupas de manga comprida, calças e repelentes apropriados para gestantes.

É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.

A Presidência também determinou a convocação do chamado Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades, para a formulação de plano nacional do combate ao mosquito.

No momento, há 199 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika.


Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo zika vírus, seguido pela Colômbia, que anunciou mais de 20 mil casos, 2.000 deles em mulheres grávidas.
270 casos de microcefalia confirmados no Brasil e 3.448 em estudo. No final do ano passado, foi confirmada pelo Ministério da Saúde a relação entre o vírus zika e a microcefalia - caso inédito na pesquisa científica mundial. Fonte: UOL (www.uol.com.br)

Minha opinião: 

A verdade é que pouco se sabe ainda sobre a atuação real do vírus, afinal essa é uma epidemia recente. Há extremistas em todas partes, alguns recomendam "NÃO ENGRAVIDAR" e outros que acham que é só mais uma epidemia e nada de mais acontecerá. Não se sabe ainda se há um período crítico da atuação no vírus na gestação, visto que os primeiros 3 meses são da formação do embrião e possivelmente nesse período é que seria o mais crítico.

Tenho diversas perguntas em relação ao assunto que não se sabe a resposta. Por exemplo, se na Polinésia Francesa tiveram cerca de 10 mil casos de Zica confirmados, quantos desses eram de mulheres grávidas e quantos bebês tiveram microcefalia?  O aumento de casos de microcefalia, não estaria relacionado ao aumento na atneção para esse diagnóstico?


Fato é que fermento de mais leveda a massa, para mim soa um tanto quanto radical esse alerta de não engravidar. Como falar para casais que estão lutando contra o tempo para engravidar?! O adiamento seria por quanto tempo?

O relógio biológico da mulher te faz correr contra o tempo. Se voce é uma mulher jovem (até 32 anos) acho plausível esperar um pouco para engravidar, mas temos muitas pacientes com mais de 37 anos e para essas eu não recomendo a espera, afinal, sabemos que há uma queda brusca na qualidade dos óvulos dos 37 aos 40 anos, diminuindo assim as chances de sucesso na gravidez.

Cada caso é um caso e deve ser conversado com seu médico e ponderarem juntos questões como:
- Idade
- Mora em região endêmica?
- conhece pessoas que já contraíram o Zica Virus?

A criopreservação de embriões pode ser uma excelente alternativa para os casais férteis e inférteis que moram em regiões endêmicas. A técnica do congelamento de embriões, que além de segura e eficaz, permite manter a capacidade reprodutiva do casal, sem a perda de eficiência, caso a postergação da gravidez se dê por longo período de tempo, mantendo assim a capacidade reprodutiva atual da mulher.

Até o momento, para as áreas não endêmicas não há motivos para se recomendar o adiamento da gestação, porém as orientações de prevenção da infecção ficam mantidas.


Abraço



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Da transferência ao Resultado: Entenda o que acontece durante esses dias!

Olá pessoal, tudo bem?

O período pós transferência dos embriões é geralmente muito estressante para algumas pacientes, para outras de muita ansiedade e para todas um período de muita expectativa. Talvez seja um período meio obscuro, afinal não podemos mais controlar e dar informações pelo laboratório, é um período que depende muito da capacidade do embrião e de sua sintonia com o endométrio ( camada interna do útero).

Algumas pessoas me pediram para explicar sobre o que acontece no período, geralmente de 12 dias, pós-transferência até o dia do B-hCG (exame de gravidez). Antes, sugiro que leiam a explicação que dei sobre a Classificação dos embriões, para auxiliar no entendimento dessa postagem. Segue abaixo a explicação passo-a-passo desde o dia da retiradas dos óvulos até o exame de gravidez:

O dia da ICSI é considerado o dia 0 (zero) - é o dia do "encontro dos gametas".




Dia 01:No dia seguinte da ICSI, verificamos no laboratório a fertilização dos oócitos que foram injetados pela visualização de Dois Prónucleos sendo um do óvulo e outro proveniente do espermatozóide. A fertilização termina com a união dos dois prónucleos e os cromossomos materno e paterno se "embaralham" dando origem a um DNA novo e único.



Dia 2: verificamos a clivagem dos embriões, após a formação de um novo DNA, damos início a divisão celular ou clivagem das células. O ideal é que o embrião esteja com 4 células após 48hs da ICSI. Algumas clínicas (como eu), já não fazem mais essa checagem de dia 2, pois estudos recentes demonstram que ficar tirando os embriões da incubadora para a checagem pode ser prejudicial para seu desenvolvimento.




Dia 3: O embrião deve estar com 8 células após 72hs da ICSI, A transferência dos embriões geralmente é feita neste dia ou no dia 5.

Dia 4: o embrião deve estar no estágio de mórula, a partir daqui a contagem do número de céulas é mais difícil, pois o embrião possui cerca de 16 células e inicia-se um processo de compactação dessas células.



Dia 5: O embrião deve estar no estágio de blastocisto. O blastocisto ja possui uma estrutura mais complexa e diferenciada, por isso existe uma tendência de transferência em dia 5, recomendado para pacientes com mais que 5 embriões. Pois conseguimos selecionar melhor os embriões para transferência, pois nem todos chegam a este estágio. O blastocisto é, basicamente, caracterizado pela presença de:
- uma massa celular Interna (ICM) : é uma estrutura rica em células-tronco embrionárias, que são responsáveis pela origem do embrião (feto).

- Trofoblasto ou Trofectoderma: camada periférica de células que darão origem a placenta.



Dia 6: a divisão celular continua, já é tão grande o número de células que o blastocisto consegue romper e sair da zona pelúcida que o envolvia, permitindo assim ele "buscar" um local para fixar-se no útero. (Também podemos transferir embriões em dia 6, em alguns casos)



Dia 7: O embrião se prende ao endométrio e busca novas maneiras de se nutrir, para isso, ele começa a invadir o endométrio em busca de vasos sanguíneos, dando início ao processo de implantação.




Dia 8: o processo de implantação continua, as células do blastocisto denominadas "sinciciotrofoblasto" produzem enzimas que vão "escavando" o tecido endometrial e destruindo algumas células do tecido que servirão de nutrição e o blastocisto vai assim crescendo e penetrando ao tecido.



Dia 9: O blastocisto consegue atingir os vasos sanguíneos para se nutrir e está implantado ao endométrio. As células do sinciciotrofoblasto começam a produzir o hormônio da Gonadotrofina Coriônica - hCG, para "avisar" ao corpo materno que existe um embrião ali e que o ovário precisa continuar produzindo progesterona. Se não houver esse aviso por parte do embrião, dentro de 3 a 5 dias a mulher menstrua. Atenção: os níveis de hormônio produzidos nessa fase, ainda não são detectáveis por nenhum exame!



Dias 10 e 11: o embrião ou concepto como é chamado nessa fase, já está completamente implantado no útero, com circulação sanguínea funcionante para sua nutrição, com sua estrutura bem mais complexa e diferenciada tanto na parte embrionária quanto a placentária.



Dias 12, 13 e 14: O útero sofre modificações nesse período se organizando para a gestação devido a "notificação" emitida pelo embrião pela produção do hormônio. A placenta nessa fase está bem organizada, desenvolvimento nessa fase é maior em relação ao embrião. O embrião continua sua diferenciação nas células determinando " quem vai fazer o que".

Dia 15: Doze dias depois da transferência é chegado grande dia do exame de gravidez, a partir dessa data os níveis hormonais de hCG são detectáveis no sangue materno e provavelmente nesse dia ocorreria a menstruação para os casos em que o embrião não conseguiu se desenvolver adequadamente. A partir dessa data, já é possível a visualização do saco vitelino ao exame ultrassonográfico. Um pequeno sangramento vaginal nesse período não elimina a gravidez, pois pode ser um sangramento resultante do processo de implantação do embrião. Como descrito anteriormente, o embrião invade os tecidos em busca dos vasos sanguíneos e durante esse processo pode extravasar sangue para o útero.


Portanto, não façam o exame de gravidez antes do dia indicado pela clínica, pois isso pode gerar uma frustração, com descarga de adrenalina e outros fatores que podem interferir na implantação do embrião.

Espero que tenham gostado!

Grande abraço, fiquem com Deus!





terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Doação de Óvulos: Ato e Oportunidade Sublimes

Olá pessoal, tudo bem?

Por conta da correria do dia-a-dia, não tenho conseguido escrever tanto quanto eu gostaria, mas hoje gostaria de conversar com vocês sobre a doação de óvulos ou ovodoação.

A ovodoação ainda é proibida em países da Europa como Áustria, Alemanha, Croácia, Suíça e Noruega. Recentemente foi aprovada na Itália. Nos EUA, o comércio de óvulos é legalizado, por entenderem que cada indivíduo é dono de si mesmo, inclusive o próprio DNA. No Brasil, apesar da proibição do comércio, a prática da doação é aprovada e regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), disposta na Resolução CFM nº 2.013/13 (acesse a íntegra em PDF).

Em resumo, ao que consta na resolução do CFM sobre a doação de gametas:
1 - A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial.
2 - Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa.
3 - A idade limite para a doação de gametas é de 35 anos para a mulher e 50 anos para o homem.
4 - Obrigatoriamente será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e embriões, bem como dos receptores. Em situações especiais, as informações sobre doadores, por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente para médicos, resguardando-se a identidade civil do doador.
5 - É permitida a doação voluntária de gametas, bem como a situação identificada como doação compartilhada de oócitos em RA, onde doadora e receptora, participando como portadoras de problemas de reprodução, compartilham tanto do material biológico quanto dos custos financeiros que envolvem o procedimento de RA. A doadora tem preferência sobre o material biológico que será produzido. 


A nova resolução também deixa mais claro quanto ao número de óvulos e embriões a serem transferidos no caso de doação: estes devem ser respeitada a idade da doadora e não da receptora. Essa decisão se dá porque a qualidade dos óvulos doados são maiores: “a paciente acima de 40 anos tem probabilidade de engravidar em torno 10%, já as pacientes menores de 35 tem chances acima de 40%. Essa limitação reduz as chances de gestação múltipla, que seria mais um fator de risco para mulheres mais velhas. É preciso ficar atento à maturidade desses óvulos e não de sua receptora.

- Quem pode doar?
- Qualquer mulher com até 35 anos, desde que seja feita de forma voluntária.
- Mulheres que desejam engravidar com até 35 anos, que precisam de auxílio pela Reprodução Assistida e não possuem condições financeiras para custear o tratamento. Para esses casos, recomendamos a doação compartilhada.

- Como funciona a Doação Compartilhada?
De maneira sigilosa, intermediada pela clínica de Reprodução Assistida, O tratamento de FIV completo da doadora é custeado ou podemos dizer, "doado", pela mulher que precisa receber os óvulos (chamamos de receptora). No dia da retirada dos óvulos, verificamos a quantidade que foi retirada e dividimos igualmente entre as partes e são injetados os óvulos com os espermatozóides dos respectivos maridos. 

- Quem se beneficiaria com essa doação?
- Milhares de mulheres que não conseguem engravidar e não possuem condições financeiras para o tratamento e que esperam anos na fila do serviço público. Poderiam ser as doadoras.

- Outras milhares de mulheres inférteis que não conseguem gerar um filho a partir das próprias células por razões como menopausa precoce, tratamentos oncológicos realizados sem que antes houvesse a preservação da fertilidade, ausência dos ovários, e a famigerada e não menos decisiva passagem do tempo - que na biologia reprodutiva da mulher pode ter um peso esmagador. 

Atualmente, sabemos que cerca de 85% dos óvulos, de uma mulher com mais 40 anos, possuem alterações cromossômicas e esse número aumenta de acordo com o aumento da idade.

- Como faço para doar ou receber óvulos?
Procure uma clínica de Reprodução Assistida e se informe sobre o programa de doação de óvulos. 


Existe fila em diversas clínicas de Reprodução Assistida, principalmente de mulheres precisando receber óvulos e ás vezes não encontram doadoras compatíveis com suas características.

Doar óvulos é doar uma nova oportunidade para a vida dessas mulheres que buscam a gestação!

Um grande abraço, fiquem com Deus!










terça-feira, 28 de abril de 2015

Possibilidade de bebê geneticamente modificado preocupa cientistas

Olá pessoal, tudo bem??? 

Compartilho com voces essa matéria do New York Times, publicada na FOLHA DE SÃO PAULO, com um assunto de extrema relevância que vale a nossa reflexão:





Minha opinião:

Até onde podemos caminhar com a ciência?? Existem limites na ciência?? Não é a primeira vez que me deparo com esse questionamento controverso que é fundamental para o direcionamento do avanço científico.

Não seria ótimo manipular embriões e corrigir defeitos genéticos que levariam ao câncer?? Ou então modificar os genes relacionados a obesidade e outros distúrbios metabólicos, neurológicos, cardíacos ou endócrinos?

O melhor disso tudo é que essa seleção é hereditária, ou seja, no futuro após várias gerações nascidas dessa seleção genética, teríamos uma população mais sadia, com menos doenças, seriam necessários menos hospitais, diminuiria os gatos com saúde pública, não teríamos filas absurdas e etc.... Esse pensamento otimista que daria até um filme de ficção, é o que move a ciência!

Entretanto, há sempre um outro lado obscuro da história, até onde a manipulação desses genes influenciaria em outros genes??? O que isso causaria?? O primeiro passo seria a cura de doenças genéticas e depois disso o que viria?? Muito provavelmente a seleção de embriões saudáveis, loiros e de olhos azuis, ou então, a manipulação dos genes que favorecem o crescimentos de músculos nos homens e para as mulheres teríamos a opção do cabelo liso brilhante, tamanho dos seios, bumbum avantajado e etc.... Aí que mora o perigo, se torna uma indústria sem fim e corremos o risco de no futuro termos uma EUGENIA e nos igualaríamos aos ideais de Hitler.

Sou a favor da ciência sem limites porém com vários limites éticos.


Segue abaixo o link da página da Folha: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/04/1621501-possibilidade-de-bebe-geneticamente-modificado-preocupa-cientistas.shtml?cmpid=facefolha

Um Abraço

Fiquem com Deus

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Saiba como ter uma previsão da taxa de sucesso da sua FIV!

Olá pessoal, tudo bem??? Fazia um tempinho que eu não postava nada né?!!? Mas vou tentar, manter o contato com voces com posts pelo menos uma vez por semana...

Já pensaram em obter uma previsão on-line da sua chance de engravidar antes de iniciar o tratamento de FIV?? Agora isso é possível...

Recentemente,  o presidente da SART (Sociedade Americana de Reprodução Assistida), James Toner, MD, PhD anunciou a disponibilidade da nova ferramenta de previsão para pacientes. “Estamos extremamente satisfeitos em anunciar o lançamento público do SART Predictor Tool, v 1.0".

Essa é uma ferramenta muito útil para informar e orientar o tratamento de Reprodução Assistida, porém, é somente uma previsão e assim como toda previsão existe uma margem de erro. Através dessa ferramenta, voce pode se preparar melhor psicologicamente ao ter uma estimativa das chances de sucesso, por exemplo, se sua chance de sucesso der 35% por tentativa, estimamos com a taxa acumulada que com 3 tentativas de FIV voce tenha ao menos uma gravidez. 

Esta versão apresenta três tipos de resultados com base na idade do paciente, paridade, peso / altura, e os diagnósticos:
1. A chance de um recém-nascidos vivos após 1, 2, e 3 tentativas de fertilização in vitro(embriões frescos).
2. A chance de um recém-nascido vivo com óvulos próprios x óvulos doados.
3. A chance de recém-nascidos vivos e gestações múltiplas ao fazer dois eSETs contra um DET.

Estes cálculos baseiam-se em dados recolhidos pela SART entre 2006 e 2012, que inclui> 500.000 ciclos em> 320 mil pacientes. A SART financiou a pesquisa que desenvolveu estes modelos de previsão, e irá atualizá-los ao longo do tempo.

SART Predictor Tool é livre para uso e pode ser acessado em www.sart.org clicando no botão “Prever meu sucesso” A ferramenta atual tem limites: ela ainda não inclui quaisquer resultados a partir de embriões criopreservados, nem distingue o 3º dia do 5º dia de transferências. Além disso, não é adaptada para o resultado clínico individual, uma vez que apresenta o resultado da média, Mas consegue dar aos pacientes uma boa idéia para tentar entender quais são as suas chances. Outra llimitação, é que o site está todo em inglês, então é preciso saber um pouco da língua estrangeira para preencher as informações.

Grande abraço, fiquem com Deus!!



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Tabagismo e Infertilidade: tem alguma relação?

Olá gente, tudo bem?? 

Trago hoje para voces, informações muito importantes sobre os efeitos do tabagismo na função reprodutiva e tenho certeza que encorajará aquelas pessoas que pensam em parar de fumar a pararem de vez e quem ainda não pensa começará a pensar. 
 
Aproximadamente 30% das mulheres em idade reprodutiva e 35% dos homens em idade reprodutiva nos Estados Unidos fumam cigarrosUma pesquisa com 388 funcionárias de um hospital de Connecticut revelou que os principais efeitos deletérios do fumo são amplamente reconhecidos. No entanto, a maioria das mulheres pesquisadas, incluindo prestadoras de cuidados de saúde do sexo feminino, não estavam familiarizados com os riscos para a fertilidade associados com fumo. Vejam abaixo a tabela: 



De acordo com essa tabela, percebemos que a maioria das pessoas sabem das influências do cigarro no câncer, doenças respieratórias e cardíacas e que diminui significativamente quando abordaram os riscos que afetam a reprodução. 

Por esse motivo, trouxe esse assunto para voces e espero que possam compartilhar com mais pessoas para levarmos juntos o máximo de informação a respeito pois afeta tanto homens como principalmente as mulheres e até mesmo os filhos dessas mulheres fumantes.


Consequencias Reprodutivas do Tabagismo:


- Atraso na Concepção: Diversos estudos relatam que mulheres fumantes demoram 1,6 vezes mais para engravidar do que as não fumantes e as fumantes apresentam 2,3 mais chances de infertilidade do que as não fumantes. Em um estudo, a porcentagem de mulheres que demoraram mais de 1 ano para engravidar foi 54% maior nas fumantes que as não fumantes.



- Esgotamento Folicular Ovariano: Mulheres fumantes apresentam menopausa de 1 a 4 anos antes que não fumantes. Produtos químicos do cigarro, parecem acelerar a depleção folicular e a perda da função reprodutiva. A dose média de medicação utilizada em pacientes fumantes que se submetem a Fertilização in Vitro é maior do que em não-fumantes.

- Alterações Seminais: É mais difícil mensurar os efeitos do tabagismo na fertilidade masculina. Entretanto diversos estudos demonstraram alterações de redução na densidade de espermatozóides, motilidade, atividade antioxidante, e um possível efeito adverso sobre a morfologia dos espermatozóides. Além disso, houve também uma diminuição da concentração média de espermatozóides em fumantes de acordo com a quantidade de cigarros consumida por dia.Há evidências que o cigarro possa afetar inclusive a capacidade de fertilização do espermatozóide no óvulo, demonstrando assim um diminuição da fertilidade masculina.

- Potencial Mutagênico: A produção dos gametas - a gametogêneseparece ser vulnerável a danos causados ​​pelo tabagismo. Alterações cromossômicas e ao DNA das células germinativas são correlacionadas ao fumo. Nas mulheres fumantes há um aumento de óvulos alterados cromossomicamente nos ovários, em grávidas fumantes há um aumento do risco de trissomia do cromossomo 21, que causa a Síndrome de Down, por falha cromossomica do óvulo. Nos espermatozóides, ocorre uma maior prevalência de alteração cromossomica de espermatozóides que ao invés de carregar apenas um cromossomo X ou Y, eles carregam dois cromossomos Y, essa alteração damos o nome de dissomia do Y.
Esses danos ao DNA dos gametas podem ser a principal causa dos muitos efeitos adversos reconhecidos associados ao tabagismo como o aumento de abortos, menopausa precoce, baixa fecundidade entre outros. Há também um aumento de defeitos congênitos nos filhos de pais fumantes. 

- Efeitos no início da gravidez:   É fato que o fumo aumenta o risco de abortamento espontâneo em fumantes. Um estudo avaliou que cerca de 16% dos abortamentos eram relacionados ao tabagismo, umas das possibilidades desse risoc é relacionada ao efeito vascular dos componentes do cigarro como nicotina, monóxido de carbono e o cianido, causando insuficiência dos vasos que nutrem a placenta, impedindo a nutrição do feto e a correta circulação sanguínea. Outros efeitos nocivos como vaginite bacteriana, nascimento prematuro e gravidez ectópica são aumentados em mulheres fumantes.

- Efeitos do Fumo Materno nos descendentes Masculinos:  Um estudo epidemiológico para identificar a causa da diminuição da contagem de esperma em homens Dinamarqueses versus Finlandeses sugeriu um efeito do fumo materno. Os homens cujas mães fumaram mais de 10 cigarros por dia tinham uma densidade de espermatozóides inferiores aos homens cuja as mães não fumavam. O Tabagismo paterno não estava relacionado ao sêmen da prole. É possível que esses efeitos sobre a prole masculina seja mediado pelo cádmio ou outros contaminantes da fumaça do cigarro.


- Influência nos Resultados de Reprodução Assistida:  Estudos sugerem que as pacientes fumantes de Reprodução Assistida, precisariam de no mínimo duas tentativas a mais para engravidar em relação as não fumantes. 






Parar de fumar adianta??? 

 SIM!!!! Obviamente que não acontece do dia para a noite, mas os estudos relatam que há uma melhora significativa após 12 meses sem o consumo de cigarro e ainda assim há efeitos que podem ser permanentes.

Se voce pensa em engravidar um dia a hora de parar é agora, pois a sua saúde não é a única prejudicada, já pensou em engravidar e abortar por conta do cigarro??? Sem contar que esse aborto é causado pois o feto morre praticamente asfixiado, pois o cigarro inflama os vasos que irrigam a placenta e eles "entopem".

Fumar, não vale a pena!! Procure auxílio e pare de fumar!




Esta postagem é baseada em um estudo que saiu recentemente em uma revista Americana - Fertility and Sterility  da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, que faz um levantamento de vários estudos já publicados a respeito do assunto.

 Um grande Abraço, Fiquem com Deus!!