Seus níveis hormonais estão normais, mas o espermograma está alterado ou então voce tem um espermograma normal (aparentemente) só que sua mulher não engravida ou se engravida tem um abortamento em seguida??? Entenda as possíveis alterações genéticas no homem e nos espermatozóides que podem causar a infertilidade.
O
fator masculino está em geral associado a várias irregularidades nos parâmetros
seminais (número de espermatozóides, motilidade e morfologia). Geralmente os
casos de parâmetros seminais ruins (oligospermia, astenozoospermia, teratozoopermia
ou azoopermia) estão relacionados com
problemas genéticos.
– PESQUISA
DE MICRODELEÇÕES NO CROMOSSOMO Y
Uma
das causas encontradas para a causa de oligospermia ou azoospermia é devida à
presença de microdeleções na região AZF (Fator de azoospermia) localizada no
braço longo do cromossomo Y (Yq).
A região AZF está subdividida em 3 sub
regiões, cada uma delas contendo informações genéticas específicas. A ausência
total ou parcial dessas informações compromete a espermatogênese em maior ou menor
grau. Quando alguma dessas regiões está ausente, dizemos que o homem é portador
de uma microdeleção em seu cromossomo Y.
Existe
um teste molecular que é realizado através de uma técnica chamada de PCR
(reação em cadeia da polimerase) capaz de identificar especificamente as
regiões do cromossomo Y que se deseja avaliar. Este teste é indicado para
pacientes com baixa ou nenhuma produção de espermatozóides.
É importante ressaltar que mesmo tendo a presença de microdeleções, dependendo da
região que foi deletada, é possível encontrarmos espermatozóides para uso em
técnicas de Reprodução Assistida. Entretanto, o casal deve estar ciente que
esse é um fator hereditário, ou seja, se a mulher engravidar e nascer um filho
homem este também será portador da microdeleção.
- PGS – PESQUISA DE ANEUPLOIDIAS NOS
ESPERMATOZÓIDES
A
análise do espermatozoide pela técnica de hibridização por fluorescência de in
situ (FISH) de homens inférteis com cariótipo normal mostrou aumento nos níveis
de espermatozóides aneuplóides e diplóides em que os cromossomos sexuais são os
mais afetados. Este aumento é maior em homens oligoastenoteratozoospérmicos
graves, com menos de 5 milhões de espermatozóides / ml e em homens
azoospérmicos.
A
presença de espermatozóides cromossomicamente anormais tem sido relacionado em
abortos recorrentes e, mais recentemente, com repetitivas falhas de ICSI. O
diagnóstico genético pré-implantatório para triagem de aneuploidias (PGS) tem
sido proposta como uma ferramenta para detectar possíveis anormalidades
cromossômicas no embrião antes da sua substituição ao útero. A aplicação da
PGS, em casais com uma alta incidência de anormalidades cromossômicas ou
espermatozoides com cariótipo 47, XYY revelou uma alta incidência de embriões
cromossomicamente anormais e, consequentemente, permite melhorar a sua
performance reprodutiva.
- TESTE DA ESTRUTURA DA CROMATINA DO
ESPERMATOZÓIDE - TECE
O TECE é uma medida estatisticamente
significante da infertilidade masculina e mostra que a presença de altos níveis
de fragmentação tem estreita relação com insucesso gestacional mesmo em
pacientes com espermograma normal.
O valor de corte estabelecido para
sub/infertilidade é de 30% para o Índice de Fragmentação do DNA (IFD). Valores
acima deste limite não excluem a possibilidade de fertilização normal,
desenvolvimento embrionário e uma gestação a termo, porém esta associado com
uma redução significante de gestação e aproximadamente o dobro de abortos.
A metodologia da realização desse exame é fácil de entender com essas duas figuras. Usamos dois tipos de corantes que tem afinidade pelo DNA um na cor verde e outro na laranja. O corante verde só "gruda" no DNA que está íntegro e o Laranja só gruda no DNA que está fragmentado. Depois colocamos em uma máquina que faz a leitura da porcentagem de espermatozóides íntegros x fragmentados. Veja na figura abaixo uma amostra de semen e veja quantos espermatozóides laranjas temos.
Além disso, o TECE avalia também a
porcentagem de espermatozóides imaturos, mostrando (quando superior a 15%) uma
fertilização reduzida e indicando ICSI.
A fragmentação do DNA pode resultar de
múltiplos fatores como: dieta, uso de drogas, febre alta, temperatura
testicular elevada, poluição, fumo e idade avançada. Com exceção da idade, a
exposição a estes fatores pode ser transitória, havendo uma melhora da
fragmentação do DNA com o decorrer do tempo.
Amanhã começarei a falar uma série muito muito muito importante, compartilhem com as amigas e amigos, que será sobre os tratamentos que temos e principalmente quando são indicados...
Abraço, boa semana!! Fiquem com Deus!
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