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Sou formado em Biomedicina e Medicina Veterinária, especialista em Reprodução Humana. Trabalho como embriologista desde 2004, tendo atuado nos maiores Centros de Reprodução Humana da América Latina, com experiência de mais de 5000 casos. Recentemente tive mais um grande motivo para amar e me dedicar ainda mais a minha profissão com o nascimento do meu filho. É um sentimento que desejo para todas as pessoas no mundo e o que eu puder fazer para ajudar aqueles que querem engravidar eu farei. Sendo assim o objetivo desse Blog é de ajudar e informar casais que tem dificuldade de engravidar além de compartilhar novidades e conhecimento com pessoas das áreas da saúde.

terça-feira, 18 de março de 2014

Técnicas Complementares: Eclosão Assistida ou Assisted Hatching

     Bom dia Gente!! Tudo bem??

    Continuando a série de técnicas complementares, hoje falarei sobre a Eclosão Assistida que vem do inglês Assisted Hatching. Como outras técnicas que ainda irei comentar, quando "inventaram" o Assisted Hatching, acreditou-se que seria a solução para os problemas e com isso conseguiríamos melhorar os resultados, mas passando o tempo percebemos que não é bem assim e atualmente temos indicações específicas para utilização dessa técnica.

      Esta é uma técnica complementar nos laboratórios de Reprodução Assistida, consiste em fazer uma pequena abertura na zona pelúcida do embrião (veja foto abaixo) no terceiro ou 5ª dia de desenvolvimento facilitando assim a eclosão (saída) do embrião para a implantação no útero.

A ponta da seta mostra a abertura feita na Zona Pelúcida

Embrião em 7º dia eclodindo pelo buraco feito na Zona Pelúcida no terceiro dia.


       Para entender melhor o funcionamento  desta técnica, pense no embrião como um ovo, a casca do ovo seria a zona pelúcida, conforme o embrião se desenvolve ele tem que sair dessa casca para implantar no útero, isso acontece por volta do 7º-8º dia de desenvolvimento. Alguns embriões possuem a zona pelúcida espessa ou rígida demais para ser rompida por si só.

    Da mesma forma que o pintinho quebra a casca do ovo quando atinge seu desenvolvimento máximo o embrião precisa eclodir saindo de sua casca que se chama zona pelúcida para se implantar no útero pois ele já é grande demais e precisa de mais alimento e espaço para crescer e se desenvolver. Nas figuras abaixo, que retirei do livro Embriologia Clínica ( Moore & Persaud), compartilho com voces para que vejam o caminho percorrido pelo embrião de acordo com o tempo e seu desenvolvimento ( Figura 1) e na Figura 2 uma ilustração do momento da invasão das células do embrião no útero.


Figura 1a - Em português

Figura 1b - Em ingles

Figura 2


       
    Essa técnica é indicada geralmente para embriões descongelados pois após o descongelamento a zona pelúcida fica mas rígida; para embriões a fresco com zona pelúcida mais espessa ou em casos de embriões frescos de casais com falhas prévias de implantação.

Curiosidade: alguns estudos relacionam o uso dessa técnica com um aumento no nascimento de gêmeos idênticos e siameses, pelo fato de realizarmos essa abertura e de repente uma parte das células do embrião podem "escapar"  e se desprender dando origem a um novo embrião idêntico. Mas pode originar um outro embrião identico e não se desprender totalmente, dando origem aos gêmeos siameses. Mas isso ainda não é um fator de impedimento para a realização dessa técnica, os estudo indicam apenas um aumento na probabilidade.


     Amanhã continuo a série de técnicas complementares!

Grande abraço e fiquem com Deus!

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